Actividade > Notícias
O Museu do Neo-Realismo foi inaugurado a 20 de Outubro, em Vila Franca de Xira. A URAP, que se congratula com a criação deste Museu, esteve representada na Sessão Solene da sua inauguração por Feliciano David e Marília Villaverde, do Conselho Directivo.
Criado em 1990 a partir da actividade de um Centro de Documentação sobre o neo-realismo português e instalado agora num belo e funcional edifício da autoria de Alcino Soutinho, integra um vasto espólio de muitos escritores, artistas e intelectuais que privilegiaram esta temática com especial destaque para as doações de Manuel da Fonseca, Alves Redol, Orlando da Costa e Mário Sacramento.
O neo-realismo foi um movimento influenciado pelas teorias marxistas do materialismo histórico e dialéctico, iniciado em Portugal no final dos anos trinta do século passado que pugnava por uma arte posta ao serviço do povo, virada para os problemas reais da sociedade, inspirado nos valores da liberdade e da justiça social.
Protagonizado por uma notável plêiade de escritores e artistas plásticos constituída pelos mais significativos valores de meados do século XX que se opunham ao regime de Salazar através da sua intervenção cívica e cultural, teve no domínio da literatura um forte impulso com a publicação de Gaibéus (1939) e Barranco de Cegos (1961) de Alves Redol, Rosa dos Ventos (1940) e Seara de Vento (1958) de Manuel da Fonseca e Esteiros (1941) de Soeiro Pereira Gomes, entre outros.
Importa lembrar especialmente aos jovens o contexto político de então em que uma censura férrea e a mais feroz repressão se abateram contra muitos destes antifascistas, alguns dos quais tiveram de se exilar do País, outros passaram pelas prisões políticas ou foram vítimas de assassinato pela PIDE, como foi o caso do militante do PCP, escultor José Dias Coelho.