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A URAP participou, entre 10 a 14 de Abril de 2008, num encontro internacional de jovens da Europa, no campo de concentração nazi de Buchenwald, na Alemanha, sob o lema "Juventude Europeia no Trilho da Liberdade e Democracia", organizado pelo Instituto dos Veteranos (Bélgica) e pela Federação Internacional dos Resistentes (FIR) - Associação Anti-Fascista, da qual a URAP é membro. Este encontro foi um importante e sentido momento de denúncia dos crimes do nazismo, de luta pela defesa da democracia, contra o fascismo, o racismo e a xenofobia.
Publicaremos, durante os próximos tempos, notas históricas relacionadas com este tema.
Os participantes
A delegação composta por três jovens da organização - Ana Pato, David Pereira e Elsa Ludmila - juntou-se aos cerca de 1000 jovens de 20 países pertencentes a organizações de âmbito muito variado.
Com estes, encontravam-se também resistentes antifascistas, sobreviventes dos campos de concentração e veteranos de guerra.
O simbolismo
No ano em que se comemora o 63º aniversário da auto-libertação do campo, a data escolhida para este encontro tem ainda especial significado por coincidir com o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Cerca de 400 participantes, entre os quais a delegação portuguesa, fizeram a viagem para Weimar de comboio, a partir de Bruxelas, da estação de Schaerbeek , de onde eram enviados muitos prisoneiros, lembrando, desta forma, a deportação de milhões de pessoas para os campos de concentração.
O campo de concentração
O campo de concentração de Buchenwald localiza-se em Weimar, no centro geográfico da Alemanha, no território da antiga República Democrática da Alemanha, próximo da fronteira com a antiga República Federal da Alemanha. O monumento de Buchenwald situa-se num local esplendoroso, no topo de uma colina com vista sobre a cidade de Weimar numa extensão de 30Km.
Esta cidade, para além da sua importância cultural (Goethe), é também o berço do partido nazi. Para além da maioria de presos políticos, Buchenwald lidou com um grande conjunto de sobreviventes das cruéis marchas da morte que partiam de Auschwitz.
O encontro
Na sexta-feira, dia 11 de Abril, celebrou-se o aniversário da auto-libertação do campo de concentração de Buchenwald com uma cerimónia na qual um coro de jovens de uma escola norte-americana entoou o hino deste campo.
No sábado, dia 12 de Abril, os participantes cumpriram uma longa marcha de 8,5 km desde Weimar até Buchenwald no fim da qual foram saudados por sobreviventes do campo que, simbolicamente, fizeram a passagem da bandeira anti-fascista a uma jovem participante.
No Domingo, 13 de Abril, teve lugar a cerimónia de encerramento do Comité Internacional Buchenwald-Dora, no Memorial da torre do sino. Nela tomaram a palavra Floreal Barrier, prisioneiro em Buchenwald e Presidente do Conselho do Monumento, Pieter Decrem, Ministro da Defesa Belga, o Presidente da FIR, Michel Vanderborght, e Victor Godin, do Instituto dos Veteranos belga.
O compromisso da juventude em continuar a luta anti-fascista foi firmado com a leitura por parte de um jovem de cada país, em 14 línguas diferentes, de um apelo que terminava com as últimas palavras do juramento de Buchenwald:
"Fascismo nunca mais! Guerra nunca mais! O extermínio do nazismo e suas raízes é o nosso lema e a construção de um mundo novo de paz e de liberdade é o nosso objectivo."
Durante estes dias, proporcionaram-se diferentes momentos de discussão e convívio como, por exemplo, encontros com veteranos da resistência anti-fascista, debates sobre racismo e neo-nazismo na Alemanha e na Europa, uma mesa redonda sobre a guerra civil espanhola e ainda dois concertos.
O Museu Nacional da Resistência Belga
De regresso a Bruxelas, a delegação da URAP teve o privilégio de visitar o Museu Nacional da Resistência Belga acompanhada por Michel Vanderborght, Presidente da FIR.
Tal visita permitiu à nossa organização conhecer importantes elementos da história do combate contra a ocupação nazi, ter contacto directo com muitos materiais originais e ouvir relatos, na primeira pessoa, de episódios da luta anti-fascista.
O contacto com este museu assume ainda especial importância considerando o projecto do Museu da Resistência de Peniche no qual a URAP está profundamente empenhada.