Conferências
na Biblioteca-Museu República e Resistência
Decorreram nos dias 9 e 16 de Abril, no auditório da Biblioteca-Museu República e Resistência da Câmara Municipal de Lisboa (BMRR-CML), dois debates dedicados à abordagem do sistema carcerário e repressivo da ditadura fascista portuguesa (1926-1974). Esta iniciativa, lançada pela URAP, resultou de uma parceria com a BMRR-CML, com a Direcção-Geral de Arquivos/ Torre do Tombo e com a Câmara Municipal de Peniche. Ambas as sessões foram presenciadas por dezenas de pessoas.
No Sábado, 9 de Abril, intervieram: o Dr. Silvestre Lacerda, arquivista, director-geral de Arquivos e director do Arquivo Nacional da Torre da Tombo em Lisboa sobre as fontes documentais sobre a repressão no Estado Novo; o Professor Doutor António Borges Coelho acerca da sua experiência enquanto preso político na Fortaleza de Peniche; o Dr. Levy Baptista sobre a defesa jurídica dos presos políticos; o Juiz Conselheiro Gonçalves da Costa que abordou o papel dos tribunais plenários no quadro geral da legislação repressiva do fascismo. O debate que se seguiu às intervenções foi moderado pelo Dr. David Pereira, membro do Conselho Directivo da URAP.
Para
além da riqueza e carácter multifacetado das intervenções, com
depoimentos orais de quem viveu os acontecimentos de resistência
antifascista, mas também intervenções de estudiosos e
historiadores e apresentações de projectos de preservação da
memória da resistência à ditadura fascista, o público participou
também na reflexão colectiva que estas sessões possibilitaram.
Desta forma se
valorizou mais uma vez o quão importante foi a resistência
antifascista para que a Revolução de Abril pudesse triunfar, tal
como se destacou o facto de continuar a ser importante defender as
conquistas alcançadas pelo povo português no momento actual em que
forte ameaças pendem sobre vários direitos e onde continua
persistir uma tentativa, mais ou menos velada, de deturpar, branquear
ou relativizar os crimes cometidos pela ditadura fascista, tal como
os seus executantes, beneficiários e sustentáculos durante 48 anos.