Realizou-se
no passado dia 25 de Fevereiro a tradicional Romagem ao Mausoléu dos
Tarrafalistas, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Compareceram
ao evento cerca de 150 antifascistas que se dirigiram da entrada para
o local do Mausoléu, em desfile encabeçado pelo núcleo do Seixal.
A bandeira da URAP seguia também no desfile, assim como duas coroas
de flores de homenagem aos antifascistas mortos no Campo de
Concentração do Tarrafal e que foram depositadas junto ao Mausoléu.
Ver intervenção de Rosa Macedo, Conselho Directivo da URAP.
A
abertura da cerimónia foi feita por Diamantino Torres, membro dos
órgãos sociais da URAP que se congratulou pela adesão dos
presentes à homenagem e destacou a presença dos núcleos de Almada,
Amadora, Seixal, Santa Iria de Azóia, Barreiro e Setúbal.
Nas
suas palavras, lembrou que a sessão se inseria na luta contra o
branqueamento das atrocidades do fascismo português, mas recordava
também as vítimas da luta pela democracia e por uma sociedade mais
justa após o 25 de Abril, lembrando o assassinato de 2 operários do
Porto, pela PSP, no 1º de Maio de 1982; do assassinato, pela GNR, dos
operários agrícolas alentejanos Casquinha e Caravela, em 1979, e do
assassinato de 4 pessoas em frente à sede da PIDE no dia 25 de Abril
de 1974.
Terminou, recordando que a batalha pela liberdade e a democracia nunca devem ser abandonadas.
Seguiu-se
a leitura de dois poemas, de Sidónio Muralha e de Miguel Torga, por
parte do companheiro e actor Tavares Marques.
Após
este acto, todos puderam escutar a violinista Ana Margarida
interpretar um andamento da sonata nº 3 de Bach, seguindo-se uma
versão de "Mãe pobre" de Fernando Lopes-Graça.
A
encerrar o acto de homenagem, a companheira Rosa Macedo fez uma
intervenção em nome da direcção
da URAP. Lembrou as vítimas do fascismo, em particular os que não
resistiram físicamente às adversidades e maus-tratos exercidos no
Campo de Concentração do Tarrafal pelos carrascos do regime, e cuja
memória se homenageava naquele momento.
Alertou para a campanha em curso de branqueamento e mesmo apagamento dum período histórico que sacrificou o povo português, campanha essa que segue a par com a destruição das conquistas alcançadas com a Revolução de Abril, do empobrecimento da democracia e das ameaças às liberdades e à paz, em Portugal e na Europa.
Afirmou ser necessário desmascarar e dar combate sem tréguas a estas políticas, designadamente, participando nas lutas sociais em curso,
Terminou dando um viva à URAP!
Os
presentes associaram-se a estas palavras com um vigoroso grito de: 25
de Abril sempre, fascismo nunca mais!
No final desta homenagem, alguns companheiros presentes, que integram o coro Lopes-Graça, cantaram "Grândola, Vila Morena", sendo acompanhados por todos os presentes.
A encerrar, em uníssono, cantou-se o Hino Nacional.