O núcleo de Santa Iria da Azóia da URAP organizou, dia 16 de Abril, uma visita guiada ao Museu do Aljube, para conhecer a história daquele antigo estabelecimento prisional e homenagear os presos políticos que aí estiveram detidos no tempo da ditadura.
A visita ao museu foi conduzida por antigo preso político, Domingos Abrantes, da Comissão Instaladora do Museu do Aljube. Membro do PCP, passou mais de 11 anos nas prisões fascistas e protagonizou a célebre fuga da Cadeia de Caxias, no carro blindado de Salazar. Deputado à Assembleia da República durante várias legislaturas (1976 a 1995), foi recentemente eleito para o Conselho de Estado.
Os 28 sócios e amigos da URAP presentes contaram com o apoio da União das Freguesias de Sta. Iria da Azóia, S. João da Talha e Bobadela para a cedência de um autocarro e durante duas horas e meia visitaram os cinco pisos do museu, aberto ao público em 25 de Abril de 2015.
O edifício do Aljube (do árabe "al-jubb" – poço sem água, cisterna, masmorra ou prisão) remonta ao período romano e islâmico, tendo sido quase sempre uma prisão: cárcere eclesiástico, prisão de mulheres e prisão política desde 1928 até 1965.
Como se pode ler nos documentos do próprio museu: "o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade é dedicado à memória do combate à ditadura e da resistência (...) pretende valorizar as memórias comuns de resistência e evidenciar os principais traços do regime ditatorial que submeteu o nosso país durante quase meio século. Pretende restituir a memória colectiva à cidadania, na sua pluralidade. Pretende, em suma, assegurar que o nosso futuro não seja amputado do nosso passado".