O Espaço Memória, no Barreiro, foi palco de uma cerimónia sobre os 80 anos da Guerra Civil de Espanha, no âmbito do protocolo de colaboração estabelecido entre a URAP e a Câmara Municipal do Barreiro, na qual foi evocado este conflito, que causou cerca de meio milhão de mortos, considerado um ensaio geral para uma calamidade ainda maior: a II Guerra Mundial de 1939-45.
A sessão, que decorreu dia 1 de Abril com casa cheia, foi aberta pela coordenadora da URAP, Marília Villaverde Cabral, e teve como orador principal o dirigente do Partido Comunista Português e membro do Conselho de Estado Domingos Abrantes, que fez um relato histórico sobre o conflito, suas causas e efeitos.
Em Espanha, durante mais de três anos (1936-1939) travaram-se batalhas em todas as regiões entre nacionalistas e milícias populares republicanas, constituídas por espanhóis e revolucionários, voluntários das Brigadas Internacionais (combateram em Espanha mais de 40 mil brigadistas, entre os quais portugueses), que fizeram com que o conflito assumisse um carácter ideológico e revolucionário, até à queda de Madrid em 01 d e Abril de 1939.
Cerca de 500 mil espanhóis e 10 mil voluntários brigadistas perderam a vida na guerra..
Na sessão, foram ditos poemas por Domingos Lobo e Manuel Diogo, enquanto Débora Maria Santos leu a intervenção feita por Dolores Ibarruri (a Passionária) na despedida das Brigadas Internacionais.
Em representação da Câmara Municipal do Barreiro esteve Regina Janeiro, vereadora da cultura.
Esta é a segunda sessão organizada pela URAP para evocar os 80 anos do início da Guerra Civil de Espanha, onde participaram muitos brigadistas portugueses. A primeira decorreu em Lisboa, a 10 de Dezembro passado, e estão previstas outras durante o ano presente.