Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, foi a primeira paragem do grupo de 40 antifascistas, membros e amigos da URAP, que se deslocou aos Açores para homenagear cerca de 500 presos políticos que estiveram encarcerados na Fortaleza de S. João Baptista e no Forte de S. Sebastião (Castelinho).
A viagem, que decorreu entre 1 e 5 de Outubro, iniciou-se com uma sessão pública promovida pela URAP e que contou com o apoio da Câmara Municipal de Angra de Heroísmo.
César Roussado, do Conselho Directivo da URAP, dirigiu a sessão que visou, particularmente, dar a conhecer em traços gerais o livro "As Prisões Políticas de Angra do Heroísmo", a ser editado pela URAP, e a acção dos Terceirenses em defesa dos ideais liberais contra o absolutismo, e nela intervieram a coordenadora da URAP, Marília Villaverde Cabral [ver intervenção], e o presidente da Câmara Municipal, Álamo de Meneses.
Entre a centena de pessoas presentes na sessão pública destacam-se a comparência do representante da República para os Açores, Embaixador Pedro Catarino, do representante de Avelino de Freitas de Meneses, secretário regional de Educação e Cultura, do vice-presidente da Câmara Municipal, José Gaspar Rosa Lima, e de diversos vereadores.
No dia 2, o grupo visitou a Fortaleza de S. João Baptista, nomeadamente o Calejão e a Poterna, locais onde decorriam os castigos e a tortura, e o Forte de S. Sebastião (Castelinho), menos conhecido mas igualmente destinado à repressão.
As prisões políticas do tempo da ditadura fascista em Portugal continental e no Tarrafal (Cabo Verde) são do conhecimento geral, mas pouca gente sabe que por estas cadeias de Angra do Heroísmo estiveram presos dirigentes sindicais e operários, como Bento Gonçalves, Sérgio Vilarigues, José Gregório, Joaquim Pires Jorge, Mário Castelhano, Ludgero Pinto Basto, José Estrela e muitos outros.
Os dias 3 e 4 foram dedicados a diversos passeios turísticos na Ilha de S. Miguel, acompanhados por um guia.
Em Ponta Delgada, o grupo da URAP manteve um encontro informal com o escritor Carlos Tomé, autor do livro "Um Perigoso Leitor de Jornais", no qual é narrada a interessante vida do seu avô, também Carlos Tomé, que esteve preso na Fortaleza de S. João Baptista, em Angra do Heroísmo.
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