Forças políticas de extrema-direita, apologistas do ódio, do racismo e da xenofobia, e branqueadoras do fascismo, emergem em vários países do mundo como uma ameaça real à liberdade e à democracia.
Em Portugal, país que foi oprimido por meio século de ditadura fascista, as forças democráticas não podem faltar à chamada e têm de dizer não a iniciativas como a da criação de um museu alusivo a Salazar que seria uma afronta a todos os que, lutando pela liberdade, sofreram a prisão, a tortura ou o assassinato às mãos de uma ditadura que conduziu o país à miséria de que só a Revolução de Abril o libertou.
Nesse sentido, a cíclica tentativa de criar em Santa Comba Dão um local de evocação de Salazar e do fascismo (sejam estátuas, fundações, museus, ou “Centros Interpretativos” como este que agora se pretende criar) deve ser repudiado por todos os democratas porque se insere, objectivamente, numa campanha de branqueamento do fascismo, que visa apresentar o regime deposto como um normal acontecimento da nossa história, ditado pelas circunstâncias de uma época.