Luís Filipe Costa, jornalista, radialista, realizador de televisão, actor e encenador, morreu dia 21 de Julho, aos 84 anos. Na madrugada de 25 de Abril de 1974, a sua voz ecoou nos microfones do Rádio Clube Português: "Aqui, posto de comando do Movimento das Forças Armadas".
Democrata e antifascista, pertenceu ao MUD Juvenil, foi a voz da revolução do 25 de Abril quando às 8:00 entrou na rádio e leu todos os documentos do MFA. Luís Filipe Costa nasceu a 18 de Março de 1936, foi autor de mais de 30 telefilmes de ficção, tendo trocado o curso da Faculdade de Economia por uma carreira no mundo da rádio.
Iniciou a sua carreira profissional como radialista na Emissora Nacional. Posteriormente, entrou para o Rádio Clube Português, onde dirigiu o Serviço de Noticiários e operou uma verdadeira revolução na informação. Trabalhou igualmente na RTP, onde realizou filmes de ficção, documentários e peças de teatro. Foi o responsável pela realização televisiva do derradeiro concerto de José Afonso no Coliseu dos Recreios.
Luís Filipe Costa foi também actor e encenador, e escreveu os romances Borboleta na Gaiola (1984) e Agora e na Hora da Sua Morte (1988).
Em 2011, foi condecorado com o Grau de Comendador da Ordem da Liberdade. Recebeu ainda vários outros galardões, como o Prémio da Casa da Imprensa para o melhor radialista (1966 e 1974) ou o Grande Prémio do Festival de Cinema para Televisão de Chianchino (Itália), em 1988.
"Uma das coisas de que me orgulho, é ter participado na Revolução e ter contribuído para que o meu filho não fosse matar ou ser morto numa guerra perfeitamente injusta, que não tinha solução, e com a qual ele não tinha nada a ver", afirmou em entrevista.
A URAP apresenta as mais sentidas condolências à família e amigos.