"A defesa dos direitos humanos é para os antifascistas um ponto-chave na defesa da liberdade democrática, que está hoje sob ataque, sob formas novas, mais sofisticadas, através das novas tecnologias de informação e comunicação", afirmou o presidente da Assembleia-Geral da URAP na Conferência Europeia organizada pela Associação Nacional dos Resistentes de Itália (ANPI).
Levy Baptista falava na conferência dedicada ao tema "Ser Antifascistas Hoje na Europa - Emergência Democrática: uma resposta unitária e popular ao velho e novo fascismo", que decorreu a 14 e 15 de Dezembro em Roma.
Depois de referir que os 48 anos de fascismo em Portugal "foram uma experiência dolorosa, mas também uma lição que nos permite estar sempre atentos a formas de opressão quotidianas que nos possam privar dos direitos mais elementares, da liberdade e das garantias reconhecidos pela Constituição da República nascida na Revolução dos Cravos de Abril de 1974, que nos libertou do fascismo e do colonialismo, o orador alertou para o perigo da "democracia do voto" exemplificando que "existem exemplos disso no Brasil, nos Estados Unidos, ou mesmo na Andaluzia".
"No Portugal de hoje, a relativa estabilidade política e social talvez seja enganosa: enquanto o poder político preferir pagar os milhões de dívida ao FMI e deixar os salários bloqueados pelos anos negros da troika, o descontentamento continuará (...)", disse, acrescentando que "nesta conferência europeia contra o fascismo, a URAP confirma a solidariedade dos antifascistas portugueses para com todos aqueles que, especialmente na Europa desta União Europeia, são vítimas da redução ou remoção de direitos, do empobrecimento, da exclusão social".
Na conferência - aberta pelo resistente e dirigente político Aldo Tortorella e encerrada por Carla Nespolo, presidente nacional da ANPI - participaram representantes de organizações antifascistas e democráticas de 14 países europeus, e contou com uma saudação da democrata brasileira Manuela d´Ávila.
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