A Assembleia Geral da URAP elegeu os novos corpos sociais, discutiu e aprovou o Relatório das Contas, o balanço da actividade e o plano de actividades em sessão realizada dia 27 de Maio na Casa do Alentejo, em Lisboa, presidida por Levy Baptista, presidente da AG.
Em seguida, e no mesmo dia, ocorreu outra Assembleia Geral extraordinária destinada à discussão e alteração dos Estatutos e do Regulamento do Funcionamento da organização.
Os novos corpos sociais da URAP, para o biénio 2023/2025, agora eleitos, mantém Levy Baptista como presidente da Assembleia Geral; sete membros efectivos do Conselho Directivo – Ana Pato, António Vilarigues, Carlos Mateus, César Roussado, João Neves, José Pedro Soares, e Teresa Lopes - que elegerão o coordenador na primeira reunião; Álvaro Contreiras como presidente do Conselho Fiscal; e 84 pessoas para o Conselho Nacional.
Numa assembleia muito concorrida, que contou com mais de cem sócios de todo o país, coube a José Pedro Soares, coordenador do Conselho Directivo, fazer a intervenção de abertura, na qual destacou a intensa actividade da URAP no primeiro trimestre de 2023, nomeadamente nas comemorações dos 49 anos do 25 de Abril.
O orador, que lembrou que a URAP existe desde 1976, sublinhou que esta empenha-se na defesa da memória histórica e também nas questões actuais com que o país se confronta, pondo em causa o trabalho do governo na defesa dos interesses da maioria do povo português, apesar de ter maioria absoluta.
Para José Pedro Soares, existe um empobrecimento da democracia, para o que concorre a utilização de "casos" e "casinhos" distraindo as pessoas daquilo que é estruturante, o que cria terreno fértil para o avanço da extrema-direita, que a URAP combate, acompanhando organizações como o movimento sindical e o movimento da paz.
Referindo-se a aspectos de organização, o coordenador referiu que a URAP criou novos núcleos e conseguiu dar um carácter mais popular e alargado às suas acções, como se pôde ver nas comemorações dos 50 anos do III Congresso de Aveiro, na Marinha Grande, no trabalho editorial, nas sessões nas escolas, entre outros.
Depois de sublinhar que se preparam os 50 anos do 25 de Abril com um intenso combate ideológico por parte da direita liberal que tenta absorver as comemorações e deturpar o verdadeiro significado da revolução, José Pedro Soares lembrou a importância de estarmos prestes a inaugurar o Museu de Resistência e Liberdade em Peniche.
Para finalizar, prestou homenagem a dirigentes e activistas falecidos: António Regala, Vítor Zacarias, Anabela Carlos, Francisco Lobo, Américo Leal. E a actuais companheiros de luta, como Maria José Ribeiro, Adelino Pereira da Silva, Hélder Madeira, Conceição Matos, Feliciano David, Diamantino Torres, António Borges Coelho.
Carlos Mateus, do Conselho Directivo, fez o balanço da actividade e apresentou, pormenorizadamente, o plano de actividades da URAP a nível internacional e nacional, destacando o objectivo da constituição de mais dez núcleos e a inscrição de 250 sócios.
Álvaro Contreiras, presidente do Conselho Fiscal, apresentou as contas da URAP, referindo o peso da quotização, os gastos com rendas, com propaganda e o boletim; abordou ainda a campanha de fundos para a nova sede e propôs um voto de louvor.
Marília Villaverde Cabral falou das questões internacionais destacando a nova arrumação de forças a que assistimos, a qual os Estados Unidos respondem com o regresso à lógica dos blocos.
Referiu que com a invasão da Ucrânia pela Federação Russa acrescem os perigos para a paz mundial e veio ao de cima uma União Europeia cada vez mais neoliberal e ligada à NATO. Nomeou alguns países onde a guerra é uma constante, nomeadamente a Palestina.
A vice-presidente da Assembleia Geral apelou ao empenho e participação da URAP na luta pela paz, pelo desarmamento, pela cooperação internacional, princípios inscritos na Constituição da República Portuguesa."
Ana Pato, do Conselho Directivo, descreveu o trabalho de informação da URAP, nomeadamente o cumprimento do objectivo da edição de quatro boletins anuais, as valências do site, e a presença da URAP nas redes sociais (observando dados estatísticos) e estabeleceu a meta de se chegar a outras, para além do Facebook.
A importância do envolvimento dos núcleos no trabalho de recolha e envio de informação para a produção de conteúdos foi valorizada por Ana Pato, que destacou o trabalho com a comunicação social, nomeadamente regional.
Manuela Bernardino, do Conselho Nacional, homenageou os membros-fundadores da URAP e fez um balanço da actividade editorial da URAP, aludindo o sucesso dos vários livros que levou a reedições.
A oradora anunciou que o próximo livro da URAP, já no prelo, vai versar sobre os presos e a prisão de Caxias.
João Sampainho, do Conselho Directivo, a partir do balanço elaborado por Edgar Costa, fez a intervenção sobre o imenso trabalho da URAP nas escolas, com três centenas de sessões durante quatro meses, visando contribuir para a formação cívica dos jovens, para a conservação da história e memória da resistência, da luta dos portugueses contra a opressão fascista, pela liberdade e a democracia.
Sublinhou que entre Fevereiro e Maio realizaram-se sessões em 82 escolas, de 21 concelhos do continente, abrangendo nove distritos, onde participaram mais de 12 mil alunos com a colaboração de um 550 professores.
Estas sessões efectuaram-se devido a parcerias entre a URAP e as diferentes instituições envolvidas.
Representantes dos núcleos da URAP de: Vila Franca de Xira (Vítor Torres), Évora (Armando SIlva), Peniche (João Neves), António Vilarigues (Viseu), Jaime Machado (Aveiro), Manuel Cardoso (Queluz), Pedro Pinheiro (Amadora), Teresa Lopes (Porto), Júlio Dias (Barreiro), José Marcelino (Loures/Odivelas), Montemor-o-Novo (Ana Paula Marmeleira), Joana Gonçalves (Lisboa), Eugénio Ruivo (Mafra) fizeram o balanço da sua actividade e perspectivaram 2023.
Os jovens sócios Matilde Lima, Diogo Vale e Duarte Martinho, estudantes universitários, referiram as suas preocupações com o empobrecimento da democracia a que hoje assistimos, nomeadamente até a própria democracia política.
A segunda Assembleia Geral, extraordinária, destinada à alteração dos Estatutos, que decorreu na tarde de dia 27, na Casa do Alentejo, em Lisboa, aprovou por unanimidade o alargamento do número de pessoas nos órgãos da URAP e procedeu à correcção de alguns aspectos formais.