Eugénio Ruivo, do núcleo de Mafra da URAP, homenageou “todos os que aqui no concelho de Mafra, foram presos pelas diferentes polícias políticas da ditadura fascista”, na cerimónia evocativa do 49º Aniversário do 25 de Abril naquela vila.
O orador relatou que a URAP de Mafra “vem investigando desde 2019, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, os nomes dos presos pelas diferentes polícias políticas entre 1926-1974. Se em 2022 registámos cerca de 140 presos, em 2023 assinalamos cerca de 180 homens e mulheres, naturais, residentes e estrangeiros no concelho de Mafra”.
Para a URAP, o número de detidos, “homens e mulheres oriundos de diferentes famílias politicas que se opuseram à ditadura fascista”, obriga a recomendar que seja construído um Memorial em Mafra em sua homenagem, no âmbito do 50º Aniversário do 25 Abril, proposta aceite pelo presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Silva, e pelo vereador António Felgueiras.
Assinale-se que o concelho de Mafra encontra-se historicamente ligado ao levantamento militar ocorrido na madrugada do dia 25 Abril, quer na sua preparação quer na sua efectivação, por parte da Escola Prática de Infantaria de Mafra.
Deste modo, para a URAP é uma obrigação continuar a trabalhar para divulgar a história da luta antifascista e homenagear as vítimas da repressão do concelho de Mafra e de todos os portugueses que lutaram para que hoje vivamos em Liberdade.
No mesmo sentido, Eugénio Ruivo, em nome da URAP, falou aos munícipes, dia 19 de Abril, na sessão da Assembleia Municipal de Mafra (AMM), na Póvoa da Galega, reafirmando que no concelho entre 1926 e 1974 foram presos diversos antifascistas por se oporem à ditadura, que segundo a URAP apurou se cifra em 180 democratas.
“A URAP investiga desde 2019, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, os nomes dos presos pelas diferentes polícias políticas entre 1926-1974. Em 2022 registámos cerca de 140 presos, entre homens e mulheres, naturais, residentes e estrangeiros vivendo (confinados na Ericeira) no concelho de Mafra. Depois de novas pesquisas verificámos que este número de presos registados elevou-se para 180 em 2023 e é possível que, no futuro, surjam novos nomes”, disse.
“No decurso das investigações junto do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, assinalamos que o último preso político dos tempos da ditadura (1926-1974), foi José Carlos de Almeida, natural do Barril, e preso pela Pide no Porto em 20 de Abril de 1974. Imediatamente após a sua prisão foi alvo de espancamentos na cabeça, e coronhadas nas mãos, sendo enviado nesse mesmo dia para o Reduto Sul da cadeia