por Joana Meirim, Professora do Ensino Superior, investigadora em Literatura e autora da obra «O essencial sobre as três Marias
"– Prossigamos – dizemos – não é a fonte mais impura por estar longe, aí saciaremos a nossa sede. "
Maria Teresa Horta
"Bem sei que a revolta da mulher é a que leva à convulsão (...) nada fica de pé, nem relações de classe, nem de grupo, nem individuais."
Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa
Na «Terceira Carta IV», as três autoras das Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, anunciam novo tópico. Se até esta carta tinham seguido mais de perto o mote dado pelas Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforado, convocam agora uma das questões centrais do seu projeto literário coletivo, a de escrever sobre a condição da mulher. Lemos nesta carta: »Chegou o momento em que nossa semente gerou, nossa espiral de entrepalavras se alargou, e de cada uma de nós se vem tornando menos o que fica fora, tudo sendo trazido e revisto em nossa assembleia de três; [...] Inevitavelmente, passámos de amor à história e à política [...].»