O ex-preso político Domingos Abrantes e João Neves, do Conselho Nacional da URAP, estiveram na Escola Secundária de Peniche, dia 25 de Janeiro, para falar com os alunos sobre as prisões políticas do fascismo e as fugas, particularmente a de Caxias.
A sessão, que decorreu no auditório, está integrada nas comemorações do 25 de Abril de 1974, e foi organizada pela escola e pela URAP.
Na fuga de Caxias, realizada em 4 de Dezembro de 1961, para além de Domingos Abrantes, participaram José Magro, Francisco Miguel, António Gervásio, Guilherme Costa Carvalho, Ilídio Esteves, Rolando Verdial e António Tereso.
Aproveitando a confiança que António Tereso, mecânico, gozava junto dos guardas da cadeia, que julgavam tê-lo “rachado”, o plano da fuga delineado passava pela utilização de um automóvel blindado cujo arranjo lhe estava confiado, um Mercedes de 1937 que estivera ao serviço de Salazar.
Tereso, ao volante do carro blindado, atravessou de marcha atrás o túnel que ligava o pátio principal (com acesso ao exterior), onde uma dezena de presos encenava um jogo de bola durante o recreio. Quando o carro chegou ao pátio interior, os presos rodearam a viatura e, ao grito de “Golo!”, entraram para o automóvel, arrancando a grande velocidade pelo túnel e rebentando o portão exterior.
Cerca de 10 minutos depois, os oito fugitivos estavam em Lisboa. Cada um seguiu o seu caminho, enquanto o carro ficou na Rua Arco do Carvalhão até a PIDE o ir buscar...