Josep Almudéver Mateu, nascido em Marselha, França, em 1919, o último dos 35.000 voluntários das Brigadas Internacionais vivo, que lutou a favor da República e contra o ditador espanhol Francisco Franco, morreu esta semana.
No golpe de Estado de 1936, Almudéver Mateu tinha 16 anos e alistou-se no Exército republicano. Foi ferido e enviado para casa quando se descobriu que era menor de idade.
Não desistiu e usou a nacionalidade francesa para integrar as Brigadas Internacionais e continuar a lutar. Quando estas foram dissolvidas, refugiou-se em Marselha, regressando em 1938 a Espanha para se juntar à frente do combate.
Josep Almudéver Mateu foi preso em 1939, enviado para um campo de concentração, onde foi torturado juntamente com milhares de presos republicanos. Transferido para vários centros, foi condenado à morte, tendo a pena sido comutada por prisão. Só saiu em liberdade em 1942, por boa conduta.
Depois de libertado, uniu-se à luta de guerrilha até 1947, data em que fugiu para França - onde se manteve até 1965 - dado o fuzilamento de muitos dos seus companheiros.
As Brigadas Internacionais foram unidades militares compostas por voluntários de mais de 50 países, em que participaram muitos portugueses, que combateram durante três anos na Guerra Civil espanhola para defender a democracia e lutar contra o golpe de Estado liderado por Franco, que em seguida instituiu a ditadura. Cerca de 15 mil brigadistas terão morrido no conflito.
Em Outubro de 2006, a Associação dos Amigos dos Brigadistas convidou uma delegação da URAP para participar nas celebrações dos 70 anos da constituição das Brigadas Internacionais.
Na sessão interveio a filha de Dolores Ibarruri, a Passionária, que leu o mesmo discurso que sua mãe fez quando da partida dos brigadistas de Espanha, e usaram a palavra homens e mulheres de muitos países do mundo, com mais de 80 anos ou 90 anos, que com os olhos no futuro garantiram que travariam de novo a mesma causa - a defesa da democracia, a defesa da República espanhola.