A URAP apresentou durante a Festa do Avante, que decorreu nos dias 2, 3 e 4 de Setembro passado, dois livros editados pela organização, nomeadamente, a última publicação “Os Presos e as Prisões em Angra do Heroísmo”, e ainda “MJT e a luta dos jovens trabalhadores - Fios de Memória”.
“Os Presos e as Prisões em Angra do Heroísmo” foi apresentado nos dias 3 e 4 de Setembro, no pavilhão dos Açores por Carlos Mateus, do Conselho Directivo da URAP, e no Auditório da Festa do Livro, por José Pedro Soares, coordenador da URAP e ex-preso político.
A sessão de dia 3 foi dirigida por Marco Varela, membro do Comité Central do PCP, responsável pela Organização Regional dos Açores, e teve a presença de cerca de 40 pessoas. Joana Gonçalves, dos órgãos dirigentes da URAP, dirigiu a de dia 4, que contou com cerca de 70 participantes.
O livro “Os Presos e as Prisões em Angra do Heroísmo”, apresentado pela primeira vez, em Maio, em Angra do Heroísmo e em Ponta Delgada, desenvolve os aspectos mais significativos da história dos presídios da Fortaleza de São João Baptista e do Forte de São Sebastião (Castelinho), nos Açores, desde a sua construção no séc. XVII.
Visa contribuir para preservar a memória desses locais onde, entre 1933 e 1943, o arbítrio e a violência sobre os presos políticos eram permanentes e realçar o seu significado no contexto repressivo do regime fascista. Narra o quotidiano dos presos políticos, a sua organização comunitária, a repressão e episódios da resistência e luta para quebrar o isolamento. Inclui uma relação que abrange 645 presos políticos, depoimentos e ainda notas biográficas de alguns deles.
Na primeira sessão participou também Margarida Machado, membro do Conselho Nacional da URAP, que enquadrou os objectivos gerais da URAP e a edição de livros sobre a resistência ao fascismo como uma das grandes linhas de trabalho da associação.
Ainda no dia 3 de Setembro, na Cidade da Juventude, perante uma assistência de cerca de 30 pessoas, na maioria jovens estudantes e trabalhadores, José Pedro Soares falou do livro publicado em 2019 “MJT e a luta dos jovens trabalhadores - Fios de Memória”. Esta obra regista acontecimentos vividos por jovens que, em determinados momentos das suas vidas, sentiram que não era possível ficarem indiferentes perante as injustiças e a brutalidade do fascismo, encontraram espaço de organização colectiva para dar expressão a essa vontade de lutar e contribuíram para a Revolução de Abril e para os seus avanços progressistas.
Esta sessão contou também com a participação e intervenção de Dinis Lourenço e de jovens dirigentes da JCP, nomeadamente de João Luís, da Comissão Política.