A URAP evocou a acção da Associação Feminina Portuguesa (AFPP) para a Paz e do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, nas décadas 40 e 50 do século passado, numa sessão que decorreu dia 25 de Março, no Porto, com a participação de Manuela Espírito Santo, investigadora e escritora.
A oradora falou da História do último século, focando a intervenção progressista de mulheres desde a República, ensaiando as suas primeiras associações, as contradições relativamente à intervenção na I Guerra Mundial, e o rumo decidido pela defesa da Paz, contra o nazismo e o fascismo, com a criação do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e da Associação Feminina Portuguesa para a Paz.
Manuela Espírito Santo contou como estas organizações acabaram por ser extintas, depois das suas dirigentes terem sido perseguidas pelas forças fascistas, pela actividade desenvolvida em prol da paz - palavra subversiva nesses tempos -, pela educação e cultura democráticas, pelos direitos das mulheres e, sobretudo, pela capacidade de unir e mobilizar uma oposição ao regime.
Em nome da URAP falou Teresa Lopes, da direcção, e intervieram também na sessão Maria José Ribeiro e Avelino Gonçalves.
A sessão contou ainda com a projecção de um filme de homenagem a Irene Castro, uma das maiores activistas da AFPP no Porto, que foi apresentado por Eduarda Castro, sua neta, com depoimentos vivos e comoventes dos seus filhos Armando, Raul, Amílcar e Irene, e ainda de Virgínia Moura, Olívia Vasconcelos, Virgínia Castro, Branca Lemos, Adelaide Baía e Hernâni Silva.