A URAP e o Foro Por La Memoria de Huelva organizaram, dia 25 de Novembro, a jornada Memória e Resistência, que contou com o apoio da Casa do Alentejo, em Lisboa, com o objectivo de recordar o fascismo em Portugal e em Espanha, a repressão e os combatentes pela liberdade.
A jornada iniciou-se de manhã com uma visita ao Museu de Aljube, guiada pelos ex-presos políticos Domingos Abrantes e Conceição Matos, membros da URAP, e César Roussado, do Conselho Directivo da URAP. Os portugueses e espanhóis presentes percorreram os três pisos do museu com os vários painéis que compõem a exposição.
O evento prosseguiu na Casa do Alentejo com um almoço seguido de uma conversa sobre a Guerra Civil Espanhola dirigida pelo presidente do Foro Por La Memoria de Huelva, Félix Toscano, e por Cristobal Garcia, professor e membro do Foro. Pela URAP, intervieram o coordenador, José Pedro Soares, e Domingos Abrantes.
O debate foi aberto por Cristobal Garcia que explanou de uma forma geral a Guerra Civil de Espanha, os milhares de mortos que provocou, os bombardeamos, a repressão indiscriminada e o fuzilamento de muitos daqueles que defendiam a República Espanhola.
Domingos Abrantes afirmou, na sua intervenção, que a Guerra de Espanha não foi apenas uma guerra civil dado que foi apoiada e intervieram nela forças fascistas de outros países, como a Alemanha e a Itália, nomeadamente, com o envio de forças militares de combate ou com material de guerra.
Félix Toscano falou dos antifascistas fuzilados e enterrados em valas comuns, e da luta da organização para a recuperação dos seus ossos e também da necessidade da prestação de justiça e reparação às famílias.
No final, José Pedro Soares destacou a importância da iniciativa, a necessidade da unidade das forças antifascistas no combate ao branqueamento dos fascismo um pouco por todo o mundo. Referiu igualmente algumas das iniciativas que a URAP irá levar a cabo no ano das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, destacando uma conferência, no dia 26 de Abril, e a inauguração, no dia 27, do Museu Nacional da Resistência e Liberdade, em Peniche.
A encerrar a jornada foi projectado um pequeno filme, “A Partida”, que versa sobre a necessidade da recuperação da memória, trabalho que tem vindo a ser desempenhado pelo foro. A acção do documentário é centrada na passagem por Santana de Cambas e na solidariedade de muitos portugueses para com os refugiados espanhóis.
A delegação espanhola visitou no dia seguinte, 26 de Novembro, o monumento em memória de Catarina Eufémia, a camponesa assassinada à queima-roupa com três tiros pela GNR, em 1954, no Baleizão, quando de uma greve de assalariados rurais.