No passado dia 30 de Abril, a URAP promoveu um jantar de homenagem ao resistente antifascista Salvador Pereira Amália, integrado nas comemorações do 25 de Abril, em Setúbal.
A iniciativa reuniu mais de 80 democratas, entre companheiros de luta e camaradas do homenageado e familiares.
A filha do homenageado, Sílvia Maldonado, tomou a palavra e fez uma pequena biografia do pai da qual destacamos alguns aspectos:
Salvador Pereira Amália, nasceu em 13 de Outubro de 1917 e faleceu em 1 de Agosto de 2000.
Deixou a escola com cerca de 10 anos e ingressou no mundo do trabalho começando na construção de estradas. É despedido e, pelas suas ideias progressivas, tem dificuldade em arranjar novo emprego.
Corajoso e frontal, filiou-se no Partido Comunista Português com 18 anos.
Casou em 20 de Junho de 1936 com Maria Clementina e é preso, pela primeira vez, em 1942.
Volta a ser preso em 1945 e cumpre 3 anos de prisão.
Passa à clandestinidade em Agosto de 1949 mas em 1962 é preso novamente por denúncia de Manuel das Dores, funcionário infiltrado no PCP.
Esta prisão ocorreu após um levantamento popular por tornar pública a injustiça da guerra colonial.
Sílvia Maldonado disse ainda na sua intervenção que guardava um manuscrito de seu pai, onde se podia ler:
"A URAP é muito importante para unidade e consolidação da democracia, pois desvios e golpes contra o 25 de Abril são evidentes. Teremos de estar unidos e diligentes na difícil tarefa de não deixar apagar a memória do que foi o fascismo. Manter o papel da URAP na divulgação e registo dos factos. É urgente procurar junto da juventude e do povo em geral a mensagem de esclarecimento e alertar que a luta continua e é necessária todos os dias e em todas as frentes, para não se perderem as conquistas obtidas".