António Tereso, o herói que desempenhou um papel crucial na preparação e fuga de oito dirigentes e militantes comunistas da Cadeia de Caxias, a 04 de Dezembro de 1961, no carro blindado de Salazar, morreu dia 7 de Janeiro, aos 89 anos.
"Foi com sacrifício que aceitei a tarefa de ´rachar´. Foi o que mais me custou na vida", disse o próprio ao contar como, por indicação do dirigente comunista José Magro, viveu juntamente com o inimigo durante dezanove meses visando preparar a fuga.
A organização do PCP na cadeia arranjou um «rachado» fingido, António Tereso, motorista da Carris, com conhecimentos mecânicos para, com a benevolência dos guardas, ir arranjando o velho «Mercedes» à prova de bala, oferecido por Hitler ao ditador Salazar, que serviu para a fuga.
Os oito fugitivos foram: José Magro, Francisco Miguel, Domingos Abrantes, António Gervásio, Guilherme de Carvalho, Ilídio Esteves, Rolando Verdial (todos funcionários do Partido) e António Tereso.
António Tereso, começou a trabalhar aos 12 anos, ingressando mais tarde na Carris.
É como operário da Carris e na sequência de uma luta destes trabalhadores, em Fevereiro de 1959, que foi preso e condenado a dois anos e três meses de prisão.
Depois da fuga, foi forçado a ingressar na clandestinidade, tendo depois do 25 de Abril desempenhado tarefas de apoio ao PCP.
A URAP envia à sua família as mais sentidas condolências.


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