A URAP saúda com enorme satisfação a aprovação pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) , dia 19 de Maio, por unanimidade, da criação de um memorial aos presos e perseguidos políticos durante o período da ditadura, no Largo da Boa Hora.
O Largo da Boa-Hora é o local onde funcionaram os chamados “Tribunais Plenários” de Lisboa, que a partir de 1945 julgaram os antifascistas presos, condenando-os, normalmente, a elevadas penas de prisão por delito de opinião, penas essas quase sempre acrescidas por “medidas de segurança”, que podiam prolongar a detenção indefinidamente.
Para a CML, “a criação desse memorial pretende constituir também uma homenagem às famílias dos presos e perseguidos, permitindo transmitir às novas gerações informações e melhor conhecimento sobre esse período da nossa História, sem esquecer a violência repressiva usada nas então colónias portuguesas.
A construção do memorial partiu de uma iniciativa de onze cidadãos - Artur Pinto, Alfredo Caldeira, Diana Andringa, Helena Pato, Joana Lopes, João Esteves, Luís Farinha, Margarida Tengarrinha, Pedro Adão e Silva, Rita Veloso e Sara Amâncio - que propuseram à autarquia a criação de um memorial permanente.
Nos 45 anos do 25 de Abril, em 2019, foi inaugurado um memorial, de carácter temporário, aos presos e perseguidos políticos na estação de Metro da Baixa-Chiado.
Segundo o comunicado da CML, “além da concretização do memorial, deve ser aprofundada a investigação sobre as temáticas dos presos e perseguidos políticos, devendo o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade promover esse desígnio”.