Maria José Ribeiro, membro do Conselho Nacional da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), recebeu, dia 9 de Julho, a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro, atribuída pela Câmara Municipal do Porto por “se ter notabilizado pelos seus méritos pessoais ou feitos cívicos”.
A distinção, proposta pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e aprovada pelo Executivo Municipal, integra-se no dia de entrega das Medalhas da Cidade, 9 de Julho, data do desembarque das forças de D. Pedro, foi dada a Maria José Ribeiro em cerimónia pública na Casa do Roseiral.
A dirigente e fundadora da URAP, foi activista do Movimento Democrático de Mulheres, do Movimento Democrático Português (MDP), do Partido Comunista Português, desde 1956, e a primeira mulher presidente do Sindicato Nacional de Profissionais de Seguros. Após o 25 de Abril foi membro da Assembleia Municipal de Matosinhos.
Maria José Ribeiro constitui um exemplo de mulher e cidadã empenhada na luta pelos ideais de liberdade, democracia e socialismo. Foi presa em 1958, pela primeira vez com 23 anos, durante nove meses, e viria a ser presa por mais duas vezes, em 1962 e 1964.
Nascida em Lisboa em 12 de Janeiro de 1936, ano em que o seu pai, Joaquim Ribeiro, foi preso na sequência da Revolta dos Marinheiros e enviado para o campo de concentração do Tarrafal, Maria José Ribeiro só conheceria o pai aos 16 anos.
A família foi viver para o Porto, e começou a trabalhar na Companhia de Seguros “Mutual do Norte ". Em 1958, integrou a Comissão de Jovens de Apoio à Candidatura de Humberto Delgado. Maria José Ribeiro escreveu textos de defesa do respeito pelas raparigas e pela Igualdade de Direitos entre homens e mulheres. Fez parte então da delegação portuguesa ao Congresso Mundial das Mulheres, em Helsínquia, realizado em 1969.
A dirigente da URAP pelo Núcleo do Porto tem feito um notável trabalho em prol da valorização da memória da sede da PIDE no Porto, actual Museu Militar, na Rua do Heroísmo, visando a sua transformação em museu da resistência.