O Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), da Universidade de Coimbra, anunciou em comunicado que vai abandonar o projecto "Rede de Centros de Interpretação e/ou Casas-Museu de História e Memória Política da Primeira República e do Estado Novo".
O CEIS argumenta que “com a saída da Câmara de Carregal do Sal (Centro de Interpretação do Antissemitismo e do Holocausto/Casa-Museu Aristides de Sousa Mendes), da alteração do nível de participação da Câmara de Tondela (Centro de Interpretação da Estância Sanatorial do Caramulo) e da "não concretização dos pressupostos epistemológicos e deontológicos inicialmente enunciados, tornou-se ainda mais difícil a nossa continuidade como parceiros do projecto".
A decisão tomada há ano e meio da constituição a nível nacional desta rede levantou uma onda de protestos no que concerne a criação de um Centro Interpretativo do Estado Novo em Santa Comba Dão, terra de origem de António de Oliveira Salazar.
A "falta de consenso entre os parceiros" foi uma das justificações para o CEI20 ter abandonado o projecto, mas a luta dos portugueses que defendem a democracia e lutam pela preservação da memória do que foi o fascismo foi fundamental para esta importante decisão.
Ex-presos políticos, muitos democratas e antifascistas e a URAP uniram-se para denunciar em abaixo assinados e petições, junto da Assembleia da República e noutras acções, a tentativa renovada da Câmara de Santa Comba Dão, homenagear Salazar e o regime fascista, desta vez instalando um museu na antiga escola cantina localizada em Vimieiro, que porta o nome do ditador.
A segunda tentativa de criação de um Museu Salazar, com este ou outro nome, parece ter sido inviabilizada. A URAP deseja que a Câmara de Santa Comba Dão não tente uma terceira. Se o fizer, os democratas e amantes da liberdade cá estarão para a combater.