O secretário-geral da Federação Internacional de Resistentes (FIR), Ulrich Schneider, conversou com os 20 elementos da delegação portuguesa que viajam no Comboio dos 1000 a caminho dos campos de concentração de Auschwitz/Birkenau.
O encontro, a pedido de José Pedro Soares, ex-preso político e membro da direcção da URAP, decorreu na carruagem bar do comboio onde viajam 1000 jovens e acompanhantes de 13 países europeus, para cumprir um programa de cinco dias que inclui, para além da visita aos campos, diversas actividades culturais e de convívio.
Ulrich Schneider destacou iniciativas como a do Comboio dos 1000 que servem para unir jovens de vários países europeus em torno da defesa da paz e da liberdade, lembrando os horrores cometidos durante a II Guerra Mundial.
Para o secretário-geral da FIR, os jovens não só vão ver e aprender muito sobre estes anos negros da História, como também serão veículos de informação que os habilitará a poder divulgar depois junto de outros jovens nos seus países.
Apesar das diferenças existentes entre a luta dos povos alemão e português durante o fascismo, o combate contra a guerra, o fascismo, o capitalismo e a exploração humana são valores universais comuns aos dois países.
José Pedro Soares falou do papel de Portugal na II Guerra Mundial, dos longos anos de ditadura fascista mesmo depois do nazi-fascismo ser banido da Alemanha, da revolução do 25 de Abril e da conquista da liberdade.
Schneider valorizou a acção da URAP durante a passagem da Tocha da Paz em Portugal (29 de Janeiro-12 de Fevereiro) para comemorar o 70.º aniversário da vitória das forças democráticas sobre o nazi-fascismo, tocha essa que se encontra a bordo do comboio e será acesa dia 8 de Maio, data da capitulação alemã, na presença de sobreviventes do campo de concentração, em Birkenau.
A delegação portuguesa, composta por 16 jovens, dois professores e dois dirigentes da URAP, partiu na tarde de 5 de Maio de Bruxelas com destino a Cracóvia no Comboio dos 1000. Depois de várias paragens ainda na Bélgica, no Luxemburgo e na Alemanha - onde entraram outros estudantes, jovens, professores e resistentes antifascistas -, chegou ao seu destino 25 horas depois.
Numa das carruagens, estudantes de jornalismo montaram uma cabine de radio e transmitiram em directo uma reportagem acompanhada de uma música usada nos campos de concentração nazis, enquanto, ao lado, jovens belgas, em ambiente de festa, entoavam, com a ajuda de todos, canções da resistência, tocadas também nas estações onde o comboio parou.