A URAP congratula-se com aprovação por unanimidade, dia 9 de Junho, pela Assembleia da República, da concessão de honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus que salvou a vida de milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.
Este projecto de resolução tem como objectivo homenagear o antigo cônsul português, utilizando um túmulo sem corpo, não implicando a trasladação do concelho de Carregal do Sal, terra onde nasceu e viveu Aristides de Sousa Mendes, para o Panteão.
Aristides de Sousa Mendes, que nasceu em Cabanas de Viriato em 19 de Julho de 1885 e morreu em Lisboa a 3 de Abril de 1954, concedeu contra a vontade do ditador Salazar cerca de trinta mil vistos a refugiados, dos quais dez mil a refugiados judeus.
Após uma longa careira diplomática em Zanzibar, Brasil, Estados Unidos da América e Antuérpia, na Bélgica, Aristides de Sousa Mendes foi nomeado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros para cônsul de Bordéus, no início da II Guerra Mundial, quando as tropas nazis avançam sobre a França.
Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".
Dezenas de milhares de refugiados fogem do avanço nazi e vão para Bordéus. Muitos deles dirigem-se ao consulado português para obter um visto de entrada em Portugal.