A URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses, respeitando a histórica herança da luta dos portugueses contra o fascismo e por um país livre e de progresso, repudia a comparação da data do 25 de Abril de 1974 com a do 25 de Novembro de 1975, que as forças de direita e extrema-direita tentam fazer, agora reforçadas e ao comando de diversos órgãos do poder da República.
Isto acontece, não por acaso, numa altura em que os trabalhadores e o povo são confrontados com o Pacote Laboral; com a falta de resposta ao SNS e outros serviços públicos; com o avanço da privatização da TAP; com a falta de resposta a justos aumentos salariais; com o aumento da precariedade e as baixas reformas.
O 25 de Novembro de 1975 foi um golpe militar contra-revolucionário, preparado durante muito tempo, que agrediu, atacou e procurou mesmo ferir de morte o 25 de Abril, representou um ataque ao processo de emancipação e aos avanços da democratização do país, onde parte da direita e setores mais reacionários procuraram a desforra, mas que para frustração de muitos foi só parcialmente alcançada.
Ainda inconformados com os avanços alcançados com a Revolução de Abril, que tantas amarguras e dores de cabeça lhes causou, procuram agora, nas novas condições de que dispõem, sinalizar e mesmo comemorar o 25 de Novembro, a sua data, que de Abril nada tem.
Parte da direita, extrema-direita e conhecidos ideólogos circulantes nesse espaço político e conhecidos reacionários que conspiraram desde a primeira hora contra os jovens militares e o povo, sentem-se agora por cima, de novo nas áreas do poder e, dessa forma, pretendem enterrar anteriores momentos de tristeza e frustração por aquilo que o 25 de Abril foi capaz de realizar.
Assim acontece porque os que nunca se recompuseram da derrota, que sempre dispensaram os cravos que o povo ergueu e continua a erguer, muitos deles comprometidos com o anterior regime, juntam-se de novo, na onda reacionária e conservadora que percorre Portugal e muitos outros países na Europa, desta vez para comemorar a sua data, o 25 de Novembro.
Mas 25 de Abril só há um.
Por isso, a luta pelos ideais de Abril, pela democracia, a liberdade e maior justiça social continua sempre atual e o antifascismo também.
25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!


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