A manifestação, convocada pela Interjovem - CGTP-IN, que hoje reúne jovens trabalhadores de vários pontos do país no Campo das Cebolas, em Lisboa, para celebrar o Dia da Juventude, sob o lema “Produzimos a riqueza-Queremos o que é nosso-Exigimos soluções”, tem o apoio da URAP, que instalou no local uma banca para venda do livro sobre o tema.
"MJT e a Luta dos Jovens Trabalhadores - Fios de Memórias", lançado a 9 de Fevereiro de 2019, na Voz do Operário, em Lisboa, foi editado pela URAP para celebrar os 50 anos da criação do Movimento da Juventude Trabalhadora (MJT) enquanto experiência singular de organização e luta dos jovens trabalhadores que se desenvolveu nos últimos anos da ditadura fascista e início da Revolução de Abril.
Segundo a Interjovem, que promoveu a manifestação, “a política de baixos salários não permite aos jovens trabalhadores terem uma vida digna”, e o facto de “trabalhar com horários desregulados, contratos a prazo, sujeitos à exploração e ao assédio, não permite fazer planos para o futuro”.
Assim, a Interjovem defende que são “precisas soluções para os problemas da juventude trabalhadora – os jovens precisam de estabilidade na vida”, afirma.
O Dia da Juventude – 28 de Março – evoca o grupo de jovens que se juntaram em Bela Mandil, no Algarve, para um Festival da Juventude, promovido pelo Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil, há 75 anos, com canções, palestras e conversas, poesia e comida, com alegria e resistência.
O festival, apesar de legal, foi interrompido pela PIDE e GNR, que intimidaram, agrediram e prenderam muitos dos jovens presentes.
A luta destes jovens não afrouxou, antes intensificou-se desde então, pela liberdade, contra o fascismo, pelo direito ao trabalho com direitos, contra a guerra. Mas, “tal como há 75 anos, os jovens sabem que é com a luta que é possível alterar esta situação. Este ano, em torno do Dia da Juventude, sairão à rua em Lisboa e no Porto, no dia 31 de Março, exigindo o aumento geral dos salários, a redução do horário de trabalho e o fim da precariedade”.
"MJT e a Luta dos Jovens Trabalhadores - Fios de Memórias” é um registo de acontecimentos vividos por um conjunto de jovens que, em determinado momento das suas vidas, sentiram que era impossível não reagir a injustiças e à brutalidade do fascismo, encontraram o espaço de organização colectiva para dar expressão a essa vontade de lutar e contribuíram assim para a Revolução de Abril de 1974.