"O 25 de Abril e a Constituição da República Portuguesa” foi tema de uma sessão pública organizada pelo núcleo de Almada da URAP no Auditório Osvaldo Azinheira, da Academia Almadense, dia 23 de Abril, presidida por Carlos Mateus, membro do Conselho Directivo.

José Manuel Maia, membro do Conselho Nacional da URAP, ex-deputado da Assembleia Constituinte e da Assembleia da República, e Bruno Dias, actual deputado do PCP na Assembleia da República, foram os oradores da sessão na qual participaram cerca de 60 pessoas.

O primeiro orador, José Manuel Maia, falou do golpe militar do 25 de Abril de 1974, transformado em revolução pela adesão imediata da população, e relatou acontecimentos vividos em Almada, como a imediata destituição dos presidentes da Câmara e das Juntas de Freguesia e a sua substituição por comissões administrativas emanadas das dinâmicas e do poder popular.

Depois de homenagear os principais resistentes e protagonistas dos primeiros dias e anos seguintes à Revolução, recordou a dinâmica criada em torno das eleições de 1975 para a Assembleia Constituinte, o conteúdo progressista da Constituição aprovada em 2 de Abril de 1976, destacando o facto de ter sido promulgada no próprio dia, na Assembleia Constituinte, pelo então Presidente General Costa Gomes.

O mesmo modo, Bruno Dias sublinhou o valor progressista da Constituição aprovada em 1976, e referiu as sucessivas sete alterações que ao longo dos anos a foram descaracterizando, com a eliminação de princípios fundamentais para o bem-estar do povo, e a sobrevalorização dos interesses económicos e políticos do grande capital e dos seus agentes, numa lógica de claro alinhamento com o imperialismo belicista. 

O orador enumerou as matérias objecto das sucessivas revisões e as perdas que elas representaram para a paz e progresso do país, e alertou para os perigos de uma nova revisão constitucional que as forças alinhadas com o neoliberalismo dominante preparam.

Para Bruno Dias, o caminho a seguir é a continuação da luta pela defesa da Democracia, pela Solidariedade e pela Paz.