O membro da direcção da URAP e ex-preso político José Pedro Soares participou, dia 8 de Dezembro, num Encontro/Convívio promovido pelo núcleo da URAP do Barreiro, no Grupo Desportivo Independente em Santo André.

Perante uma assistência de cerca de 100 pessoas, falou-se da actividade geral da URAP, nomeadamente das iniciativas desenvolvidas visando a criação dos museus no Forte de Peniche e na antiga cadeia da PIDE no Porto.

Foram ainda analisadas acções a levar a cabo contra a nova pretensão da concepção de "um museu" em torno da figura do ditador Salazar e as iniciativas mais recentes que os movimentos antifascistas têm realizado em muitos países europeus.
O grupo musical "Amigos de Abril" actuou no final da sessão.

"Em conjunto com as gerações actuais, perpetuemos a herança dos combatentes e dos perseguidos, lutemos contra o neofascismo, o racismo e as raízes do fascismo, bem como pela democracia, o humanismo, a justiça social e ´um novo mundo de paz e liberdade´".

Esta foi a mensagem do XVIII Congresso da Federação Internacional dos Resistentes - Associação Antifascista (FIR), que decorreu em Reggio Emilia, Itália, entre 29 de Novembro e 01 de Dezembro, com a participação de delegados e convidados de 15 países europeus, entre os quais Portugal representado pela URAP, sob o lema: "Guerra nunca mais", "Fascismo nunca mais!", e "Preservação da memória!".

No final do Congresso foi eleito o novo Comité Executivo da FIR e votada a Resolução Final com cinco pontos: 1. "O Antifascismo é mais importante do que nunca!"; 2. "Fim ao ressurgimento do populismo de direita e do neofascismo"; 3. "Eliminemos a ameaça de guerra – protejamos a paz"; 4. "Mantenhamos viva a memória – contra o revisionismo histórico"; 5. "Consolidemos a unidade antifascista – ganhemos as novas gerações!".

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A Direcção da URAP e representantes dos núcleos reuniram-se, dia 30 de Novembro, na Confederação das Colectividades, em Lisboa, a fim de analisar o trabalho desenvolvido pelos núcleos e a forma de melhor os dinamizar.

Presentes cerca de 50 sócios representantes dos núcleos de Almada, Amadora, Aveiro, Beja, Lisboa, Loures, Mem Martins, Queluz, Peniche, Porto, Seixal, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira, além de alguns membros do Conselho Nacional.

Depois de uma informação sobre a actividade da URAP, o plenário debateu algumas questões de organização no plano da luta da resistência antifascista, e foi dada prioridade à petição contra o "Museu Salazar", às comemorações dos 50 anos da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos e ao trabalho a desenvolver junto da juventude nas escolas no âmbito do 25 de Abril de 2020.

Foi ainda traçado como objectivo a atingir pelos núcleos, a inscrição de mais 100 novos sócios até ā Assembleia Geral; a actualização das fichas de todos os
sócios; a constituição de cinco novos núcleos; a regularização das quotizações; e a valorização do Boletim e das plataformas digitais de informação.

Manuel Loff, João Freitas e Maria José Ribeiro foram os oradores de uma sessão promovida pelo núcleo da URAP do Porto, dia 30 de Novembro, na sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto dedicada ao tema "Fascismo – Ontem e hoje: Resistência!".

Numa lição de História, rica e esclarecedora, Manuel Loff, historiador, investigador e professor universitário, contextualizou o nascimento da ideologia fascista, os seus desenvolvimentos e ascenso ao poder, por via legal e em "coligação" com outros, a situação de crise económica, social, política e o confronto com a Revolução Socialista, a sua derrota na II Guerra Mundial, mas não a sua morte.

Na actualidade, disse, apresentam-se com outras roupagens. Nenhum partido vai a eleições cunhando-se de fascista, os actuais representantes da extrema-direita portuguesa foram recentes militantes ou mesmo dirigentes do PSD ou CDS. Contudo, possuem traços comuns de racismo e xenofobia, de intolerância face a minorias, de medo da invasão estrangeira: a ameaça das comunidades emigrantes, dos povos do sul e o liberalismo económico.

Referindo-se à criação do Museu Salazar, Manuel Loff explanou as razões de fundo que encontra para que não vá por diante o chamado "Centro Interpretativo do Estado Novo" na terra onde nasceu o ditador, e a urgência da preservação da memória da resistência antifascista.

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