O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, retirou a autorização de cedência do Teatro Rivoli para um concerto promovido pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) marcado para domingo, 27 de Março, por ser “promovido sob a égide de um partido político que tem vindo a branquear o hediondo ataque da Rússia”.
O Concerto pela Paz, este ano sob o mote "Parar a guerra! Dar uma oportunidade à Paz!", tem-se realizado anualmente naquele teatro com o apoio da CMP, e a sala tinha sido pedida pela vereadora da CDU e presidente do CPPC, Ilda Figueiredo, antes da invasão russa na Ucrânia.
A gravidade desta decisão no Portugal de hoje, assente numa justificação antidemocrática e contra o espírito de Abril, leva a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) - organização que integra democratas portugueses que se destacaram na luta contra a ditadura, agora alargada a todos quantos desenvolvem a sua acção na defesa dos ideais do 25 de Abril e da democracia, membro da Federação Internacional de Resistentes (FIR) - a lavrar o seu mais veemente protesto.
Segundo a imprensa, fonte próxima do presidente da Autarquia afirmou que a Câmara do Porto decidiu não apoiar a iniciativa "perante a posição ´anti-Nato` do PCP na guerra na Ucrânia" e por vir de uma “organização comunista e de apoio ao inimigo invasor da Ucrânia”.
Face ao sucedido, a direcção do CPPC convocou para a mesma hora (16:00) na Praça D. João I, frente ao teatro, uma manifestação na qual participaram muitas centenas de pessoas e os artistas que iam actuar no Rivoli. “Não há concerto mas há manifestação em frente ao teatro: Este domingo iremos gritar ´Paz sim. Guerra não´, como sempre fizemos”, disse Ilda Figueiredo.
Recorde-se que o CPPC, filiado no Conselho Mundial da Paz (CMP) e membro do Comité Executivo, Secretariado e Coordenador Europeu dos Movimentos da Paz do CMP e “Mensageiro da Paz da ONU”, foi fundado em 1976 no espirito dos movimentos para a paz que existiram em Portugal desde os anos 50, é uma organização que visa contribuir, através da mobilização da opinião pública, para a defesa da Paz, da segurança e da cooperação internacionais, e para a amizade e solidariedade entre os povos, de harmonia com o espírito da Carta das Nações Unidas, suas finalidades e objectivos.