O psiquiatra e antifascista Afonso de Albuquerque, que pertenceu à Comissão Nacional de Socorro dos Presos Políticos, morreu dia 5 de Abril na sua casa, em Lisboa, aos 86 anos.
Nascido em 24 de Julho de 1935, Afonso Abrantes Cardoso Albuquerque foi preso duas vezes pela PIDE, a última das quais em Maio de 1972 por pertencer à Comissão Nacional de Socorro dos Presos Políticos, que publicou uma lista com as torturas perpetradas pela polícia política. Permaneceu três semanas no Forte de Caxias.
A seguir ao 25 de Abril, torna-se delegado da Ordem dos Médicos na Comissão de Extinção da PIDE/DGS.
Afonso de Albuquerque, pioneiro nos estudos sobre o stress pós-traumático de guerra, era formado em Medicina pela Universidade de Coimbra, em 1960, cumpriu o serviço militar obrigatório em Moçambique, entre 1961 e 1964, como alferes miliciano médico, partindo depois para o Reino Unido de onde regressa em 1968 com o título de especialista em psiquiatria atribuído pelo Royal College of Psychiatrists.
Iniciou a sua carreira profissional no hospital Júlio de Matos, em Lisboa, e fundou naquela instituição várias consultas clínicas, como a de Sexologia, Aconselhamento Conjugal ou de Stress Traumático.