Quando se pensa em teatro, vários nomes nos vêm à memória, entre os maiores está Eunice Muñoz. Morreu dia 15 de Abril, aos 93 anos, 45 em ditadura, 48 em liberdade, como afirmou, após ter cumprido 80 anos de carreira.
“Uma mulher como as outras”, como gostava de ser lembrada, que “ nunca se imaginou fora do teatro, mãe de seis filhos, com netos e bisnetos".
Eunice, figura notável da cultura nacional, disse ao falar de Abril: ”em 74 vi Portugal renascer às mãos de quem lhe queria bem, às mãos de capitães que ousaram trazer ao povo a liberdade na forma da flor do cravo, pela memória desse país de medo e solidão, não pode haver nada que nos possa fazer voltar ao redil. Com ou sem batom vermelho, direi ao fascismo disfarçado, até que não possa dizer mais, Não, Não passarão".
Fez cinema, televisão e teatro, o seu "grande amor". Para Eunice Muñoz, a sua maior queixa prendia-se com a ditadura do Estado Novo e as peças que gostava de ter feito e que lhe "foram roubadas" pela censura.