O Núcleo da URAP de Setúbal inaugurou na placa central do Mercado do Livramento, dia 16 de Dezembro, uma exposição de dois cartazes com fotografias dos antigos calabouços da prisão da PIDE em Setúbal e de textos de dois ex-presos políticos.
Os textos, da autoria de Vitor Zacarias e Germano Madeira, relatam as sevícias que passaram naquelas instalações do Bairro Salgado, que a PIDE usava como ponto de trânsito para a sede da PIDE, em Lisboa, na Rua António Maria Cardoso, ou para a Cadeia do Aljube.
A funcionar desde a década de 60, ali eram interrogados, agredidos a cavalo marinho, sujeitos às torturas do sono e da estátua, visando obter confissões dos presos.


"Comunistas, socialistas, anarquistas, republicanos, homens de distintas cores, de ideologias diferentes, de religiões antagónicas, mas que amam profundamente a liberdade e a justiça, vieram oferecer-se à nossa causa, incondicionalmente. Deram-nos: a sua juventude, maturidade ou experiência; o seu sangue e a sua vida, as suas esperanças e aspirações... E nada nos pediram. Ou melhor, sim: queriam um lugar na luta, desejavam a honra de morrer por nós. Bandeiras de Espanha! Saudai tantos heróis e inclinai-vos ante tantos mártires!"
"Pretendo por este meio prestar homenagem aos mortos, aos torturados e a todos os seres humanos sujeitos a inaceitáveis sofrimentos, infligidos aos angolanos, moçambicanos, portugueses, cabo-verdianos, são-tomenses, timorenses e, em menor número, aos naturais de outros países também vítimas do colonialismo e da onda das guerras de independência".
O livro "O Limite da Dor", de Ana Aranha e Carlos Ademar, serviu de base para uma sessão-debate organizada, dia 27 de Novembro, pelo núcleo de Santa Iria de Azóia na Casa da Cultura, com a presença dos autores.
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