O sonho tornou-se realidade: foi inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade, a 27 de Abril de 2024, 50 anos depois da saída dos últimos presos políticos daquela fortaleza sobre o mar, onde o regime fascista encarcerava, para cumprir pena, os homens condenados por lutar por um mundo melhor.
No pátio da fortaleza encontra-se o memorial, inaugurado em 2019, que lembra o nome de 2 626 presos entre 1934 e 1974. É daí que começa a visita ao museu, que só existe porque a unidade dos democratas - ex-presos políticos, familiares, antifascistas em geral e organizações que lutam pela preservação da memória, entre as quais a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) - foi mais forte do que o Decreto-Lei nº 161/2019, do XXI Governo Constitucional.
“Quando não se desiste e se luta por causas justas como esta pode demorar tempo, mas a força da razão e da luta acabam por vencer”, diria o coordenador da URAP, José Pedro Soares, quando interveio no final da cerimónia (ver intervenção).


O economista Sérgio Ribeiro, antifascista que dedicou a vida à luta pela democracia e pela emancipação dos povos, obreiro da Revolução de Abril, que participou no II Congresso Republicano de Aveiro, em 1969, e fez parte da Comissão Nacional do III Congresso da Oposição Democrática, realizado em 1973, em Aveiro, morreu dia 29 de Abril aos 88 anos.
A Revolução do 25 de Abril de 1974 teve um dos seus momentos determinantes quando, já na madrugada de dia 27, se abriram os portões das cadeias de Caxias e de Peniche e os presos políticos foram libertados.
“A ´Revolução dos Cravos´, em Abril de 1974, tornou-se um símbolo de que regimes fascistas, tais como a ditadura de Franco na Espanha ou o regime de Pinochet no Chile, poderiam ser derrotados pelo poder do povo e pela solidariedade internacional”, disse hoje, em Lisboa, Ulrich Schneider, secretário-geral da Federação Internacional de Resistentes (FIR).
José Pedro Soares, coordenador da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, proferiu hoje o discurso de abertura da Conferência Internacional promovida pela URAP, "Democracia, paz e liberdade. Fascismo nunca mais", que decorre em Lisboa, destacando entre os seus objectivos a Revolução de Abril e a memória da resistência antifascista.
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