Olhai que vamos passar,/Nosso canto é de verdade;/Vinde connosco lutar,/Nós somos a liberdade.
A terra está toda em flor/O céu é todo alegria./A nossa voz é de amor,/Cantemos o Novo Dia!
Luísa Irene Dias Amado, membro do Conselho Nacional da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), e antiga presidente da direcção da organização, morreu dia 30 de Outubro, em Lisboa, aos 96 anos.
A autora dos versos de uma das canções de resistência de Fernando Lopes Graça, “Cantemos um Novo Dia!”, foi militante antifascista desde a juventude, pertenceu ao Movimento de Unidade Democrática–Juvenil (MUD-Juvenil) e mais tarde ao MUD. Professora do Liceu Francês, em Lisboa, até à reforma, foi impedida de leccionar em estabelecimento público pelo governo salazarista.
Luísa Irene Dias Amado foi uma das principais dinamizadoras e integrou durante longos anos a Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril, na qual estão representados partidos políticos, individualidades e organizações, como a Associação 25 de Abril (A25A).
Luísa Irene, nascida a 8 de Outubro de 1925, era filha de Luís Ernâni Dias Amado, médico e investigador, político lutador antifascista, republicano e mação e era casada com o médico e antifascista Sérgio Carvalhão Duarte, com quem tinha dois filhos, a quem a URAP apresenta o seu mais profundo pesar.


O historiador Luís Farinha considerou, numa sessão realizada na Torre do Tombo, a obra “Elas Estiveram nas Prisões do Fascismo”, um tributo directo à memória e à verdade, um memorial das vítimas do fascismo, em livro” que “não sendo um livro de História é, contudo, um contributo precioso para um estudo histórico que lhe venha a suceder”.
«O sol batia na porta de ferro e o calor ia-se tornando sempre mais difícil de suportar. Íamos tirando a roupa, mas o suor corria incessantemente. A “frigideira” teria capacidade para dois ou três presos por cela. Chegámos a ser doze numa área de nove metros quadrados. A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos buracos na porta e em cima pela abertura junto ao tecto.
Conhecer “o massacre de Badajoz em 14 de agosto de 1936”, após a ocupação da cidade pelas tropas nacionalistas de Franco, a que se seguiu a liquidação de centenas de republicanos, anarquistas, socialistas e comunistas, foi o tema principal de uma viagem organizada pela URAP, nos dias 15 e 16 de Outubro, a Badajoz.
Aristides de Sousa Mendes, antigo Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus, recebe hoje, 19 de Outubro, em Lisboa, honras de Panteão Nacional, com o descerramento de uma placa simbólica numa das salas, em vez da transladação do corpo, a fim de ser respeitada a vontade do próprio, que desejava ficar junto da família na sua terra natal, Carregal do Sal, Viseu.
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