José Ribeiro Sineiro, ex-preso político e militante da URAP, um dos fundadores da Associação de Defesa do Património de Torres Novas, morreu dia 23 de Fevereiro nesta cidade, aos 89 anos.
Jovem electricista mecânico na UTIC [União de Transportadores para a Importação e Comércio] foi preso a 17 de Março de 1960 por “actividades subversivas” contra o regime de Salazar tendo recolhido à prisão do Aljube. Foi ainda transferido no mesmo ano para o Forte de Peniche, sendo no fim do ano julgado e condenado a uma pena de dois anos de prisão maior. Ficaria preso cinco anos e meio. Era militante do Movimento da Juventude Trabalhadora.
Muito torturado pela PIDE, com tortura do sono, espancamentos, queimado por cigarros, José Ribeiro contactou na cadeia com militantes do PCP encarcerados como António Dias Lourenço, José Vitoriano, José Carlos, Severiano Falcão, José Ribeiro, José Magro, Octávio Pato que o ligaram ao partido.
Participou em diversas lutas no Forte de Peniche, nomeadamente quando os presos foram à janela gritar para a população: «Queremos visitas! Temos fome!». Foi libertado, com outros presos, a 1 de Junho de 1965, após uma campanha internacional em vários países como o Brasil, América, Inglaterra, Bélgica, Holanda e União Soviética.


O núcleo da Urap de Vila Nova de Gaia organizou uma sessão pública a que chamou: Como chegamos aqui? Para onde vamos?”, dia 17 de Fevereiro, para a qual convidou o ex-preso político Domingos Abrantes para falar sobre a sua vida e o o seu percurso político.
“O Tarrafal não foi nunca, nem deverá ser, um assunto que só dissesse respeito aos que por lá passaram. (…) O campo destinava-se a liquidar, em condições menos expostas, uma boa parte dos elementos mais firmes da luta contra o fascismo”, afirmou, dia 17 de Fevereiro, António Vilarigues, membro do Conselho Directivo da URAP, junto ao Mausoléu dos Tarrafalistas no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.
O núcleo da URAP do Barreiro em colaboração com o núcleo da Associação José Afonso do Barreiro e Moita promoveu, dia 3 de Fevereiro, uma sessão denominada "Testemunhos em Liberdade - Antes e depois de Abril" na Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense.
O ex-preso político Domingos Abrantes e João Neves, do Conselho Nacional da URAP, estiveram na Escola Secundária de Peniche, dia 25 de Janeiro, para falar com os alunos sobre as prisões políticas do fascismo e as fugas, particularmente a de Caxias.
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